Em vésperas do confronto entre o FC Porto e o Sporting para a Taça da Liga Edmílson Pimenta, jogador que atuou pelos dois clubes fez uma antevisão ao duelo.
O brasileiro que conhece, e muito bem, os dois lados da ‘barricada’. Contribuiu para a construção do penta dos dragões na década de 90 e integrou o plantel dos leões que derrubou um jejum de 18 anos sem conquistar o título nacional na época de 1999/2000.
Edmílson Pimenta jogou ao lado de Sérgio Conceição e cruzou-se com Jorge Jesus, na altura o atual treinador do emblema de Alvalade orientava o Estrela da Amadora:
Claro que o Jesus tem mais experiência, mas o Sérgio não é burro, não é à toa que está no FC Porto.
O antigo médio fez a antevisão do clássico, revelou quem é a equipa mais forte do campeonato, contou-nos algumas das ‘reprimendas’ de Pinto Costa.
Continuas a acompanhar a Liga portuguesa?
Sim, continuo acompanhando a Liga portuguesa. Tive 15 anos a jogar aí e é difícil largar o ‘bichinho’ deste campeonato.
Quem se apresenta mais forte esta temporada?
Atualmente a equipa mais forte é o FC Porto e acredito que vai ser campeão. O ataque dos dragões é muito bom. O Aboubakar às vezes falha os golos que o Jardel não falhava, mas com um pouco mais de concentração ele vai tornar-se um grande jogador. Destaco também o Danilo e o Felipe. Um central que não sei se vai ficar muito tempo no FC Porto.
Como analisas as críticas que têm sido feitas ao Felipe pelo seu excesso de agressividade?
Se ele não fosse agressivo não estaria no FC Porto. Eu nunca apanhei centrais dóceis. Na zona onde ele está não pode falhar, porque depois tudo se resume ao adversário e ao guarda-redes da minha equipa. O central tem obrigatoriamente de mostrar o seu estatuto.
Notas que a Liga portuguesa tem evoluído no decorrer deste século?
O futebol português está evoluindo bastante e nós estamos a falar de um país onde mora o atual campeão europeu. Os jogadores estão cada vez mais valorizados nas principais ligas. Portugal tem grandes jogadores, como disse. Acredito que vão chegar longe, mas também depende das equipas com que a seleção se cruze a partir da fase de grupos. Uma coisa é certa: vou torcer pelo Brasil e a minha ‘costelinha’ portuguesa vai puxar por Portugal.
E como tens visto a crispação no futebol português?
Sempre houve e acredito que isso seja normal. É bom para apimentar o campeonato, mas é importante que não chegue aos jogadores.
E acreditas que não chega?
Na época em que eu estava aí começou a falar-se do Apito Dourado. Isso não afetava os jogadores, cabia aos tribunais falar sobre isso.
Apareces envolvido na ‘construção do Penta’…
Foram anos maravilhosos. Comecei no Salgueiros, onde fui o terceiro melhor marcador, depois rumei ao FC Porto que já era campeão e fui muito bem recebido. Depois fui duas vezes campeão numa cidade fantástica com adeptos incríveis.
Como era a tua relação com Pinto da Costa?
Quando falo do Pinto da Costa não tenho nem palavras para o descrever. Para mim é o melhor presidente do Mundo. Alguém fantástico, acessível, que não é nada arrogante. Preocupa-se bastante com os jogadores, ia várias vezes ao balneário. Quando precisava de ser duro também o era.
E ele chegou a ser “duro” contigo?
Recordo ter regressado de folgas, na noite anterior tinha saído com o Fernando Mendes e no dia seguinte cheguei atrasado ao treino. Recordo termos ficado 20 minutos à margem do restante grupo. O António Oliveira [treinador] estava bravo e depois surgiu o presidente Pinto Costa e deu-me um daqueles corretivos que não se esquecem.
Como foi jogar ao lado de Sérgio Conceição?
O Sérgio é incrível. Jogávamos no mesmo corredor (direito). Tínhamos uma sintonia muito boa, fizemos grandes jogos. Quando ele voltou a Portugal como treinador, rumou ao Olhanense, e eu já acreditava que ele ia acabar no FC Porto porque ele sente o FC Porto, sente a mística do clube.
Fonte: Notícias ao Minuto.