Paulinho tem um passado algo conturbado com dificuldades financeiras por não lhe pagarem o salário e problemas disciplinares.
Em todos os clubes por onde passou, sentiu dificuldades em cumprir regras. No último ano, com Vítor Oliveira, tudo mudou. E o médio finalmente amadureceu
Paulinho esteve à experiência no Real Madrid, então com 18 anos, mas acabou por não ficar, por diferenças no negócio que o grupo que o representava queria fazer. Foi então para o Córdoba, depois passou para o Cádiz, desceu ao Eldense, antes de um novo grupo de empresários o apresentar ao Beira-Mar, então na II Liga de Portugal. De pronto aceitou dar o passo que mudaria a sua vida. Mas nem tudo foi fácil.
Os casos disciplinares, que eram recorrentes no Bahia (faltava a alguns treinos), mantiveram-se por cá. Paulo Alves, que o recebeu em Aveiro, confirma. “Houve alguns problemas, também com outros jogadores, mas não posso fazer um retrato exato naquele contexto”, justifica. Uma vez, chegou a ser excluído de uma convocatória por ter criado confusão no autocarro. O contexto de Aveiro era duro: em seis meses de trabalho, recebeu dois salários e já perto do fim. “Tive de alterar treinos, porque eles não jantavam, não tomavam o pequeno-almoço e não tinham forças para treinar”, sublinha o técnico. Naquela fase, os jogadores estrangeiros chegaram a ter de ser ajudados pela população local, que cediam alimentos para que estes não passassem sempre fome. E ficaram sem água e sem luz nas respetivas casas. Pouco depois, Paulinho saltou para o Algarve. Em Faro chegou a ser apanhado na noite e falhou com os horários. Em Portimão, Vítor Oliveira também o castigou por atrasos sucessivos. Hoje em dia, está muito mais regrado. Paulo Alves e Horácio Gonçalves acreditam que o mérito é de Vítor Oliveira. “Fez um excelente trabalho com ele. Incutiu-lhe responsabilidade”, comenta Horácio. “Foi a melhor coisa que lhe aconteceu. Amadureceu muito. Até nas entrevistas se nota mais maduro”, completou Paulo Alves.
Fonte: O Jogo.