Maxi foi entrevistado pela revista Dragões e falou sobre diversos assuntos desde a renovação até às palavras de Pinto de Costa.
Renovação:
Tudo o que se viveu com a conquista do título deixou-me cheio de alegria e gratidão. Também foi importante a continuidade do mister. O Sérgio Conceição fez-me saber que gostava de continuar a contar comigo. Disse-me isso cara a cara e senti que estava a ser sincero, isso foi importante para mim. A parte económica não era decisiva, o que queria era continuar no FC Porto e continuar a demonstrar que posso fazer parte deste clube, que posso lutar por um lugar, que quero ser importante e que ajudar a conquistar o que conquistámos no ano passado: o campeonato. Mas sei que tenho de estar melhor do que no ano passado, que tenho de me preparar mais e provar que mereço a confiança que as pessoas depositaram em mim.
Abraço a Sérgio Conceição na chegada ao estágio:
Foi um gesto do momento. Aquele abraço dispensava palavras, era uma forma de dizer obrigado, de agradecer pela confiança. Às vezes um abraço, um olhar ou um cumprimento com as mãos valem mais que mil palavras. Foi o que senti com o treinador e depois com os meus companheiros. Senti que estávamos juntos de novo para mais um ano de luta. A base para o que aí vem é sentir que tens um companheiro que vai deixar a vida em campo pelos outros.
Saídas de Ricardo e Dalot:
Sinto que tenho mais responsabilidade. Sinto que este ano vai ser mais duro, que vou ter de trabalhar o dobro. Não só por jogar ou não, mas sim para retribuir a confiança que depositaram em mim com a renovação. Fomos campeões e agora temos de demonstrar que somos a mesma equipa do ano passado. Não podemos baixar de nível, temos de manter ou subir. Sabemos que cada jogo vai ser duplamente difícil, porque as equipas vão querer demonstrar o seu valor contra o campeão nacional. Vamos ter de nos preparar melhor.
Golo na Supertaça:
Foi importante para mim, também porque tinha saído um jogador como o Ricardo, que tinha feito uma época espetacular. Admirava-o muito. No geral, era importante a equipa demonstrar que estava de volta com o mesmo espírito e a mesma vontade da época passada. Queríamos conquistar a Supertaça e, felizmente, tocou-me jogar e marcar um dos golos.
Elogios de Pinto da Costa aos mais velhos:
É uma responsabilidade linda. É um orgulho ter o presidente do FC Porto a falar dessa maneira de mim, com todos os jogadores que já passaram por aqui e todos os títulos importantes que conquistou. Só falar no meu nome já é um grande orgulho para mim. Os mais jovens também vão ter de lutar até à morte por um lugar e vamos precisar muito deles. Essa mistura de juventude e veterania é fundamental para fazer uma boa equipa.
Veterania:
A minha virtude não é ser rápido ou habilidoso, mas sim correr e ser o mais competitivo possível em cada disputa de bola. Sinto-me sobretudo privilegiado por fazer o que gosto. A mim, ninguém precisa de me obrigar a vir treinar nem a jogar. Há pessoas que têm de se levantar às cinco da manhã para ir trabalhar e para ficar 12 horas a trabalhar. Isso sim, é difícil. Eu, graças a Deus, tenho esta oportunidade de viver do que gosto. Para mim não é um esforço, pelo contrário. O que tenho é medo do dia em que acabe. Sei que isto vai acabando e depois o que vai acontecer, o que irei fazer? Não há nada que dure toda a vida e neste momento estou num clube que luta por vitórias, por títulos… Sinto que tenho de correr mais do que os outros. Há miúdos de 20-21 anos que, claro, correm muito. Tens de fazer tudo para acompanhar, tens de estar ao mesmo nível. Se não, num dia perdes por um metro, no outro perdes por dois… Não te podes entregar
Fim da carreira:
Até evito pensar nisso. Concentro-me para já no futebol e em jogar até conseguir. Quando chegar a hora, pensarei nisso. Para mim, vir treinar e estar com a equipa diariamente, estando bem fisicamente, já é uma vitória. Vou jogar até conseguir, até cair para o lado, mas também não me vou andar a arrastar. Se vir que estou a dar muita vantagem, que já não consigo, ou que começo a ter lesões, paro de jogar. Um jogador sabe quando tem de dizer basta.